quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

É só uma Brincadeira...

Sempre gostei de futebol, jogava no time da minha sala, adorava as competições, os treinos. Porém, o futebol não era bem o esporte que esperavam que uma menina praticasse, sofri muito preconceito por causa disso, o famoso "bullying" de hoje em dia, mas sempre "encarei numa boa" essas provocações, ficava chateada, mas sempre relevava, afinal o futebol para mim era uma diversão, uma brincadeira. O que eu não entendia, era que a sociedade já havia estabelecido o que era considerado brincadeira de menino e brincadeira de menina. Nosso time sempre foi um dos melhores da escola, ganhei várias medalhas, troféus.
Ao entrar no ensino médio, abandonei minha paixão, que era jogar futebol, porque naquele momento percebi que seria melhor desistir do esporte e me "encaixar" no que a sociedade considerava "comportamento adequado" para uma garota. Ainda acompanho futebol, sou torcedora assídua, mas nunca mais joguei, talvez essa repressão que sofri quando pequena me acompanhe para sempre, ou quem sabe, eu não monte um time de futebol feminino com as minhas futuras alunas? Bem, para descobrir isso, será necessário acompanhar os próximos capítulos da minha vida...
O mais importante foi descobrir, com o auxílio das aulas de Linguagem Corporal, que brincadeira não tem sexo, não tem gênero, ela é só uma brincadeira, ela é só diversão!

Dica:

Para entender melhor esse assunto, sobre o preconceito que há nessa questão de atividades que a sociedade pré-determina como sendo de meninos ou meninas, sugiro que assistam ao filme "Billy Elliot" do diretor Stephen Daldry, o filme relata bem essa história.

Minha Relação com o Corpo na Adolescência e a Visão dele Hoje

Na adolescência eu não tinha noção da importância que meu corpo possuía como transmissor de mensagens, eu fazia o que queria sem me preocupar com que tipo de informação estava passando para as pessoas, nem o que pensariam de mim por tais atitudes. Na escola agia assim, era bem bagunceira e não me "adaptava" as normas impostas por ela, mas participava das atividades que ela propunha para trabalhar a expressividade corporal. Nessa fase também tinha um "problema" com as expressões faciais, pois eu deixava claro, através delas, se gostava ou não da pessoas, o que me causou muitos problemas com uma professora, que me castigou várias vezes por considerar que as "caras e bocas" que fazia ao vê-la eram um deboche. Eu não gostava dela, mas na realidade não sabia que essas expressões eram tão evidentes. Claro que com o passar do tempo, com meu amadurecimento as atitudes foram mudando e consegui controlar algumas expressões.
Após as aulas de Linguagem Corporal, consegui entender o valor que essas expressões possuíam e como elas transmitiam as mensagens. Agora consigo entender porque a professora encarava como deboche as minhas expressões, afinal era essa a mensagem que eu estava passando a ela. 
Hoje vejo a minha relação com o corpo de outra maneira, consigo o enxergar como um meio de comunicação, por isso devo trabalhá-lo para transmitir as mensagens ao mundo de forma correta e evitar equívocos, como o acontecido na escola durante minha  adolescência. Meu corpo é o meio com que me comunico com o mundo e é importante saber usá-lo.   

Atividades Práticas

Adorei as atividades práticas, pois todas foram muito criativas e possuíam conteúdos muito interessantes.
Uma das atividades que mais me identifiquei e consegui trabalhar bem a utilização das expressões corporais, foi a "História Animada", onde devíamos nos reunir em grupo e criar 1 movimento específico para cada personagem. 
Fui a narradora da historinha, além de representar a cachorrinha "Chalana". Toda vez que ela era citada no texto, eu virava de costas para a turma e fazia movimentos como se estivesse balançando o "rabinho", foi muito divertido a sala inteira deu risada e acho que nunca esquecerão da "Chalana"!
Com certeza utilizarei essa atividade em sala de aula, com meus alunos, pois é uma forma deles entenderem a importância da Linguagem Corporal enquanto se divertem. 

O Aprendizado através das Atividades Práticas

As atividades práticas são importantes para reforçarmos o que aprendemos na teoria, e foi isso que conseguimos fazer em sala de aula. Todas as atividades acrescentaram mais informações aos conteúdos apresentados e nos ensinou muito mais. 
A atividade pratica que realizei e que irei compartilhar com vocês, foi a "Atividade motora adaptada para deficientes físicos", havia um texto que expunha como eram as dificuldades desses deficientes e como os professores poderiam criar atividades para ajudar no desenvolvimento dessas crianças, após a leitura da teoria, a atividade foi colocada em prática. Tínhamos que representar deficientes físicos, que não possuíam os braços, assim precisávamos desenhar utilizando os pés, a proposta da atividade era fazer um desenho da comida que mais gostávamos. Consegui fazer o desenho com o pé, no começo foi um pouco difícil, mas no final o resultado foi muito bom: desenhei um sorvete!
Enfim, essa atividade acrescentou muito ao meu aprendizado e com certeza o levarei apra sempre. 

O Antes e o Depois da Linguagem Corporal na Minha Vida

Na pré-escola a professora interagia com os alunos de uma forma descontraída, criando brincadeiras que nos ensinava a utilizar o copro, brincadeiras que serviam para meu desenvolvimento e não só para minha diversão. 
Quando iniciei o primário, vi que tudo era diferente, as mesas e as carteiras eram individuais, não sentávamos mais em grupo, as atividades que fazíamos também eram realizadas individualmente, não gostei da mudança.
A professora não interagia com os alunos da forma que era antes e sempre pedia para nos sentarmos e ficarmos quietos, limitando nossas expressões corporais, nossos movimentos.
Hoje, depois dos conhecimentos que adquiri com a disciplina Linguagem Corporal, minha relação com o corpo é de aceitação, além do reconhecimento que tenho da sua importância para a minha interação com o mundo. Hoje, meus movimentos corporais são mais livres, pois não tenho mais aquele sentimento de que devo reprimir minhas expressões, meus movimentos.

Como Percebi meu Corpo na Escola e como o Percebo Agora

Essa foto representa bem como era a minha percepção do corpo durante a escola, já que nós éramos obrigados a seguir regras rígidas no ambiente escolar, precisávamos sentar enfileiradas, formar filas, não podíamos nos expressar na sala de aula, correndo o risco de ficar de castigo, além de levar uma bronca da professora. Quando frequentava o ensino fundamental não tínhamos educação física, o que reprimia ainda mais qualquer tipo de manifestação corporal. No recreio éramos vigiadas pelas "tias", para evitar correria no pátio, qualquer brincadeira que elas considerassem bagunça era proibida. Acho que a única atividade que fazíamos que nos deixava utilizar a expressão corporal, era a dança nas Festas Juninas, onde formávamos as quadrilhas, e também podíamos brincar bastante durante a festa.
Tive muitas dificuldades no começo das aulas de Linguagem Corporal para participar das atividades, por causa dessa repressão que sofri na infância. Hoje, após muitas atividades e muita leitura sobre o assunto, enxergo meu corpo como uma forma de me comunicar com as pessoas, de me expressar e esse ensinamento é fundamental para a minha vida!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Visão do Corpo Antes e Depois das Aulas de Linguagem Corporal

Durante a infância sempre fui meio moleca, gostava de brincar na rua, pular corda, jogar bola. Na escola, ao menos na educação infantil, os professores eram mais maleáveis, nos deixavam sentar em roda, onde podíamos brincar e interagir com as outras crianças. Os professores nos estimulavam a trabalhar nossa Linguagem Corporal, pois as atividades que realizávamos focava exatamente isso, os movimentos. 
As aulas eram preparadas para que pudéssemos nos desenvolver, porque ao trabalhar com o corpo estávamos nos comunicando com as pessoas, o que nos ajudava no desenvolvimento cognitivo e até emocional. 
Após as aulas de Linguagem Corporal, adquiri uma outra visão em relação a meu corpo, pois apesar de no ensino infantil ter trabalhado muito essa questão das expressões corporais, depois de entrar no ensino fundamental e começar a ter o corpo reprimido, deixei essa forma de comunicação, meio que de lado. Mas, com as aulas dessa disciplina, voltei a perceber a importância de utilizarmos o corpo como meio de transmitir informações, mensagens.